75 ANOS DA ONU – LEGADOS E FUTURO

Neste ano de 2020 a ONU completa 75 anos. Para celebrar este marco, as Nações Unidas lançaram a iniciativa ONU75, buscando provocar o diálogo abrangente ao público global desde janeiro último, e a ação sobre como construir um mundo melhor, apesar de todos os desafios enfrentados.

A COMEMORAÇÃO DOS 75 ANOS DA ONU

Através dos diálogos, a campanha ONU75 tem por objetivo construir uma visão global para o ano de 2045, centenário da ONU; aumentar a compreensão das ameaças para este futuro; e conduzir ação coletiva para alcançar esta visão. Pesquisas de opinião global e análises de mídia serão conduzidas em paralelo para fornecer dados estatísticos representativos.

As ideias e pontos de vista produzidos foram apresentados aos líderes mundiais e altos funcionários da ONU durante a Assembleia Geral realizada em setembro último, e disseminadas online e através de parceiros, de forma contínua.

2045 UN75: The Future We Want, The UN We Need

A ONU E SUAS CONTRIBUIÇÕES

A Organização das Nações Unidas foi fundada em 1945 através da assinatura da Carta de São Francisco, com a imensa responsabilidade de apoiar a ação coletiva em prol da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos para todos, menos de 2 meses após o final da Segunda Guerra Mundial, uma das maiores “matanças” da história (de 60 a 85 milhões de mortos), imensas perseguições, discriminação e sofrimento que dura até os nossos dias, através dos descendentes dos afetados pela guerra. O tratado de 26 de junho de 1945 tinha como objetivo impedir que os horrores da Segunda Guerra Mundial voltassem a ocorrer e estabelecia a segurança coletiva como uma responsabilidade de todos….

A atividade da ONU é abrangente e intensa, como podemos ver através do seu organograma.

Dentre as grandes contribuições da ONU, podemos citar:

  • Declaração Universal dos Direitos Humanos
  • Ajudar a evitar a Terceira Guerra Mundial, provavelmente nuclear, com possível destruição em escala planetária.
  • Convenção sobre os Direitos das Crianças
  • Conferências Mundiais para o Desenvolvimento Sustentável – “ECO-72” (Estocolmo, 1972), propulsora da legislação ambiental de vários países (inclusive do Brasil), ECO-92 (Rio de Janeiro, 1992), e seguimentos a cada 10 anos, fundamentais para o avanço das iniciativas em direção ao desenvolvimento sustentável (como definido pelo Relatório Brundland – Nosso Futuro Comum, de 1987, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU: “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”);
  • Agenda 21, um dos principais resultados da ECO 92. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, ONGs e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Foi substituído pela Agenda 2030;
  • Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (mais conhecido como “Metas do Milênio” foram os oito objetivos internacionais de desenvolvimento para o ano de 2015 que foram estabelecidos após a Cúpula do Milênio das ONU em 2000), substituídas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODSs – coleção de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembléia Geral da ONU como parte da Agenda 2030, contemplando questões de desenvolvimento social e econômico, incluindo pobreza, fome, saúde, educação, aquecimento global, igualdade de gênero, água, saneamento, energia, urbanização, meio ambiente e justiça social. Os ODS substituíram os anteriores 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para o ano de 2015 estabelecidos após a Cúpula do Milênio da ONU em 2000.

  • Catalisar os países para combater o aquecimento global, através de Tratados como o Protocolo de Kyoto e o vigente Acordo de Paris;
  • Pacto Global – lançado em 2000, é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a  dez Princípios universais, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com cerca de 14 mil membros em 70 redes locais, que abrangem 160 países;
  • Atuação sobre pandemias, como a Covid19.
objetivos de desenvolvimento sustentável

Após a publicação, os governos, empresas e entidades não governamentais passaram a reorientar suas metas e ações em relação aos ODSs específicos. Também é o caso da ISO, que passou a correlacionar as normas por ela elaboradas com os ODSs, como é o caso da ISO 9001, ISO 14001, ISO 26000, ISO 37001, ISO 19600, ISO 50001, ISO 31000, ISO 39001 e outras. Em um outro post, vou abordar especificamente a relação das Normas ISO de Sistemas de Gestão com os ODSs.   

A ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU 2020 E O DISCURSO DO PRESIDENTE BOLSONARO

Sob circunstâncias extraordinárias, devido à epidemia do Covid19, foi realizada em Nova York de 15 a 30 de setembro mais uma edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), reunindo 193 países. Os discursos anuais dos líderes mundiais são a parte mais glamorosa da ONU, momento em que as autoridades de cada país discursam para defender seus ideais, firmar compromissos e apresentar resultados. Como é praxe, o Brasil foi novamente o primeiro a falar.

Como tem ocorrido com frequência com os presidentes nas últimas décadas, o discurso do Presidente Bolsonaro procurou defender seus resultados, confrontando os seus críticos internacionais e nacionais com interpretações da realidade altamente questionáveis. Colocando-se no posto de vítima de campanhas de desinformação no que tange ao meio ambiente e à proteção da Amazônia, empurrou a culpa pelas queimadas nos caboclos e índios, e colocou a preservação ambiental como um destaque do Brasil. Também chamou a atenção para o país como referência internacional em direitos humanos, exemplificando com o acolhimento dos refugiados venezuelanos. Procurou se isentar da responsabilidade pela crise da pandemia no Brasil, ressaltando que, por decisão judicial, as medidas de isolamento e restrições de liberdade couberam aos governadores dos estados. E reforçou o papel importante do Brasil nas relações internacionais e políticas.

Mas o que realmente podemos visualizar deste governo? Preocupação excessiva com a área militar, intensa atuação ideológica (o que já vinha acontecendo com os governos anteriores desde 2002, só que no outro lado do espectro político), descaso com o meio ambiente, educação e saúde, e uma cada vez mais clara falta de compromisso com sua promessa de campanha de combate à corrupção. Temas globais caros à ONU e aos tratados e compromissos assinados com relação ao desenvolvimento sustentável

CONCLUSÃO

A grande contribuição que a ONU trouxe ao mundo não pode esconder as batalhas que perdeu e vem perdendo, inclusive diante de seu esvaziamento em curso, liderado principalmente pelo governo Trump, com o qual o Governo Bolsonaro se alinha.

Os governantes e líderes são representantes das nações e de seus povos, para os quais deve governar em seu maior interesse, e perante os quais devem prestar contas. Cabe a nós participarmos e vigiarmos, criticar quando necessário, elogiar o que é merecido, e cooperarmos como sociedade para que sejam priorizados os interesses legítimos das nações, alinhados à Declaração Universal dos Direitos Humanos e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Fique atento! Participe!  Precisamos de todos para garantir a evolução em direção ao desenvolvimento sustentável

Acesse o site UN75 para participar da merecida comemoração dos 75 anos da ONU.

Michel Epelbaum – Diretor da Ellux Consultoria

Diretor da Ellux Consultoria. Tem mais de 25 anos de experiência nacional e internacional em gestão de sustentabilidade, qualidade, meio ambiente, saúde ocupacional e segurança, e compliance.  É membro dos Comitês Técnicos da ABNT de Gestão Ambiental, Antissuborno, Riscos, Governança, Responsabilidade Social e Energia. É Lead Assessor nas normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO 45001, ISO 19600 e ISO 37001.

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